Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Pimenta pseudocaryophyllus (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie não endêmica do Brasil (Valdemarin e Mazine, 2020). No Brasil apresenta a seguinte distribuição: BAHIA, Almadina, Andaraí, Arataca, Bahia, Conde, Ilhéus, Miguel Calmon, Rio De Contas, Uma. DISTRITO FEDERAL, Brasília. ESPÍRITO SANTO, Pedra Menina, Santa Teresa. GOIÁS, Corumbá de Goiás. MATO GROSSO DO SUL, Cassilândia. MINAS GERAIS, Aiuruoca, Alpinópolis, Alto Caparaó, Andradas, Barbacena, Belo Horizonte, Berizal, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Bom Sucesso, Brumadinho, Caldas, Camanducaia, Capelinha, Capitólio, Carandaí, Carrancas, Conceição do Mato Dentro, Cristália, Diamantina, Dionísio, Espera Feliz, Extrema, Gouveia, Ibituruna, Iguatama, Ijaci, Ingaí, Itabirito, Itambé do Mato Dentro, Itamogi, Itamonte, Jequitinhonha, Lavras, Lima Duarte, Mariana, Marmelópolis, Matozinhos, Moeda, Monte Formoso, Morro do Pilar, Nepomuceno, Ouro Branco, Ouro Fino, Ouro Preto, Paraopeba, Passos, Patos de Minas, Patrocínio, Peçanha, Pedra Azul, Perdizes, Perdões, Poços de Caldas, Rio Preto, Ritápolis, Santa Bárbara, Santa Rita de Caldas, Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rosália, Santana do Garambéu, São Francisco dos Campos, São Gonçalo do Abaité, São Gonçalo do Rio Abaixo, São João del'Rei, São Sebastião do Paraiso, São Tomé Das Letras, Serra Da Fortaleza, Teófilo Otoni, Tiradentes. PARANÁ, Antonina, Arapoti, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Castro, Cerro Azul, Colombo, Curitiba, Guaraqueçaba, Guaratuba, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Lapa, Laranjeiras do Sul, Mandirituba, Morretes, Paranaguá, Piên, Piraí do Sul, Piraquara, Ponta Grossa, Quatro Barras, Quitandinha, Reserva, Rio Branco Do Sul, São Jerônimo Da Serra, São José dos Pinhais, Sapopema, Sengés, Tibagi, Tijucas Do Sul, Turvo, Ventania. RIO DE JANEIRO, Itatiaia, Magé, Nova Friburgo, Paraty, Petrópolis, Rio de Janeiro, Teresópolis, Valença. RIO GRANDE DO SUL, Santa Maria, São Martinho. SANTA CATARINA, Alfredo Wagner, Angelina, Apiúna, Blumenau, Bom Retiro, Botuverá, Campo Alegre, Garuva, Indaial, Itaiópolis, Itajaí, Joinville, Mafra, Palhoça, Paulo Lopes, Rancho Queimado, Rio Negrinho, Santa Rosa de Lima, Santa Terezinha, São Bento Do Sul, São Francisco Do Sul, Vidal Ramos, Vitor Meireles. SÃO PAULO, Águas Da Prata, Atibaia, Biritiba-Mirim, Bom Sucesso de Itararé, Botucatu, Caieiras, Cajati, Campinas, Campos de Jordão, Cananéia, Capão Bonito, Cotia, Cunha, Guarulhos, Ibiúna, Ilha Comprida, Indaiatuba, Itaquaquecetuba, Itararé, Joanópolis, Jundiaí, Mairiporã, Mogi Das Cruzes, Monte Alegre do Sul, Nova Odessa, Pardinho, Pedra Bela, Praia Grande, Salesópolis, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São José do Barreiro, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, São Paulo, São Pedro, Serra Negra, Ubatuba.
Árvore com até 15 m, não é endêmica do Brasil (Valdemarin e Mazine, 2020). Popularmente conhecida por casca rosa, limão do mato – Goiás, Cataia no litoral do Paraná e Registro, no Vale do Ribeira (SP), chá-da-terra, cravo-da-terra, louro-da-terra, louro-falso, falso-cravo - São Paulo; chá-de-bugre, craveiro-do-mato, louro, louro cravo, pau-cravo - Paraná e São Paulo, craveiro – Paraná, foi documentada em Campo de Altitude, Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista e Restinga associadas à Mata Atlântica e ao Cerrado presentes nos estados da Bahia, Distrito Federal, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso Do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio De Janeiro, Rio Grande Do Sul, Santa Catarina, São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=1645874 km², constante presença em herbários, inclusive com coleta recente, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas de ocorrência em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Poderia ser considerada como de Menor Preocupação (LC), pelo valor de seu EOO, ou Em Perigo (EN) por B2(iii), pelo seu valor de AOO; entretanto, seu EOO supera vastamente o limiar para categorias de ameaça, a espécie não possui especifidade de habitat, possui mais de 20 situações de ameaça e muitas das regiões onde P. pseudocaryophyllus ocorre ainda abrigam extensões significativas de habitat de ocorrência potencial em estado prístino, incluindo diversas Unidades de Conservação de proteção integral. Apesar disso, mesmo diante da ampla distribuição nos neotrópicos e aparente estabilidade populacional, sabe-se que P. pseudocaryophyllus possui grande importância tradicional e econômica, sendo reconhecida para diversas finalidades como na medicina tradicional para o tratamento de diversas enfermidades, além de estar vinculada a outras práticas tradicionais, como o uso de seus frutos para condimentar alimentos e da madeira para obras internas de carpintaria; desde a década de 1980, é utilizada para a saborização de aguardente (litoral dos estados do Paraná e São Paulo) e entende-se que uso da espécie feito a partir de ação extrativista em remanescentes florestais onde ocorre espontaneamente pode comprometer a dinâmica populacional e a manutenção do estoque natural (D’angelis e Negrelle, 2014). Diante desse cenário, portanto, P. pseudocaryophyllus foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção, uma vez que extinções locais ocasionadas a partir das ameaças descritas, principalmente relacionadas ao corte seletivo ilegal, podem levar a declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat, número de situações de ameaça e potencialmente, no número de indivíduos maduros. Recomendam-se ações de pesquisa (tendências populacionais) e conservação (Plano de Manejo Sustentável e Plano de Ação Nacional) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro, levando a espécie a ser considerada ameaçada de extinção.
Descrita em: Brittonia 36(3): 242, 1984. Popularmente conhecida como casca rosa, limão do mato – Goiás, Cataia no litoral do Paraná e Registro, no Vale do Ribeira (SP), chá-da-terra, cravo-da-terra, louro-da-terra, louro-falso, falso-cravo - São Paulo; chá-de-bugre, craveiro-do-mato, louro, louro cravo, pau-cravo - Paraná e São Paulo, craveiro – Paraná (D’angelis e Negrelle, 2014). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Karinne Sampaio Valdemarin, comunicação pessoal, 2020).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2.1 Species mortality | 5.2.1 Intentional use (species being assessed is the target) | mature individuals | past,present | national | medium |
Pimenta pseudocaryophyllus é uma espécie semidecídua, heliófita, seletiva xerófila e pioneira, ocorrendo principalmente nas regiões montanhosas do país. Representa grande importância para o homem, sendo reconhecida para diversas finalidades no conhecimento tradicional, na medicina tradicional para o tratamento de diversas enfermidades, além de estar vinculada a outras práticas tradicionais, como o uso de seus frutos para condimentar alimentos e da madeira para obras internas de carpintaria. Desde a década de 80 é utilizada para a saborização de aguardente, comercializada ao longo do litoral dos estados do Paraná e São Paulo. o uso da espécie é feito a partir de ação extrativista em remanescentes florestais onde ocorre espontaneamente, fato que pode comprometer a dinâmica populacional e a manutenção do estoque natural da espécie, além da qualidade do produto, já que a composição química é influenciada pelas variações climáticas e edáficas (D’angelis e Negrelle, 2014). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Espinhaço Mineiro - 10 (MG), Território Campinas - 18 (SP, MG), Território Paraná/São Paulo - 19 (PR, SP), Território São Paulo - 20 (SP), Território Planalto Sul - 24 (SC), Território Santa Maria - 25 (RS), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Rio de Janeiro - 32 (RJ), Território Espírito Santo - 33 (ES, MG), Território Itororó - 35 (BA), Território Chapada Diamantina-Serra da Jibóia - 39 (BA). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Bacia do Paraíba do Sul (US), Área de Proteção Ambiental Campos do Jordão (US), Área de Proteção Ambiental Carste da Lagoa Santa (US), Área de Proteção Ambiental Corumbataí Botucatu Tejupa, Perímetro Botucatu (US), Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu e Tejupá, Perímetro Corumbataí (US), Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu (US), Área de Proteção Ambiental da Bacia dos Ribeirões do Gama e Cabeça de Veado (US), Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca (US), Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (US), Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguapé-Peruíbe (US), Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (US), Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (US), Área de Proteção Ambiental do Iraí (US), Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá (US), Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (US), Área de Proteção Ambiental Estadual da Escarpa Devoniana (US), Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba (US), Área de Proteção Ambiental Estadual do Piraquara (US), Área de Proteção Ambiental Fernão Dias (US), Área de Proteção Ambiental Ilha Comprida (US), Área de Proteção Ambiental Itupararanga (US), Área de Proteção Ambiental Jundiaí (US), Área de Proteção Ambiental Lagoa Encantada (US), Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira (US), Área de Proteção Ambiental Municipal do Capivari-Monos (US), Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim, Área II (US), Área de Proteção Ambiental Santo Antônio (US), Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira (US), Área de Proteção Ambiental Serra Dona Francisca (US), Área de Proteção Ambiental Serra São José (US), Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira (US), Área de Proteção Ambiental Várzea do Rio Tietê (US), Área de Relevante Interesse Ecológica Serra da Abelha (US), Estação Ecológica do Jardim Botânico (PI), Monumento Natural Municipal Serra da Ferrugem (PI), Parque Estadual Biribiri (PI), Parque Estadual da Cantareira (PI), Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PI), Parque Estadual da Serra do Mar (PI), Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PI), Parque Estadual das Sete Passagens (PI), Parque Estadual de Campos do Jordão (PI), Parque Estadual do Jaraguá (PI), Parque Estadual Serra do Papagaio (PI), Parque Estadual Xixová-Japuí (PI), Parque Nacional da Serra das Lontras (PI), Parque Nacional da Serra do Itajaí (PI), Parque Nacional da Serra dos Orgãos (PI), Parque Nacional da Tijuca (PI), Parque Nacional do Itatiaia (PI), Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José (PI), Reserva Biológica Augusto Ruschi (PI), Reserva Biológica do Tinguá (PI), Reserva Extrativista Mandira (US), Reserva Particular do Patrimônio Natural Ave Natura (US), Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Arte Verde (US). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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1. Food - human | natural | leaf |
As folhas são utilizadas como condimento no feijão e em carnes e ensopados, na aromatização de aguardente. As bagas da espécie, depois de secas, são utilizadas como substituto ao cravo-da-índia em doces e geleias (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
A madeira do craveiro é pesada, utilizada pelas pequenas dimensões disponíveis apenas localmente para obras internas em carpintaria (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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7. Fuel | natural | stalk |
A madeira é utilizada para lenha e carvão (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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13. Pets/display animals, horticulture | natural | whole plant |
A árvore possui qualidades ornamentais que a recomendam para arborização urbana, principalmente para ruas estreitas e embaixo de redes elétricas. É recomendada também para reflorestamentos energéticos e preservacionistas (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | leaf |
É utilizada no tratamento de estados gripais, como calmante, regulador da digestão e menstruação. Combate artritismo, blenorragia, diarreias sanguíneas, disenteria, febres, sífilis, e possui atividade antihelmíntica (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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5. Manufacturing chemicals | natural | leaf |
O óleo essencial de P. pseudocaryophyllus apresenta diversos usos como: repelência sobre o adulto da broca de bananeira, atividade antiparasitária, eliminação de larvas do A. aegypti, atividade antifúngica frente os fungos Aspergillus niger e Penicillium verrucosum, e contra as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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14. Research | natural | whole plant |
O óleo essencial da planta, de atividade antimicrobiana e antiparasitária comprovada, tem potencial para o desenvolvimento de novas substâncias (D’angelis e Negrelle, 2014). | ||
Referências:
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